A chuva

Hoje o tempo fechou, pensei em fazer o mesmo. Deu o sinal de que a chuva cairia e bem forte. E ela caiu. Trouxe consigo os relâmpagos. Clarões. Da mesma forma vi os meus pensamentos, entrando em curto. Uma rajada de água caiu, parecendo rasgar aquilo que não se pode ver apenas sentir, o ar. E por dentro de mim, algo também parecia rasgar. Algo que também não se pode ver... O meu eu  interior. E de repente o tempo ‘abriu’ o céu clareou, as nuvens se espalharam, mas a chuva, esta não parou.

Olhei para o chão e vi uma água barrenta, escura, nem parecia que provinha da mesma água que jorrava do céu, límpida. Agora ela lavava a terra, levava embora a sujeira, baixava a poeira... Quisera eu que essa mesma chuva tivesse o poder de fazer essa mesma limpeza em mim, purificando, baixando a poeira no meu coração. Até o Sol saiu, talvez para prestigiar-me, talvez para sorrir de mim... Mas a chuva?...  A chuva não parou.

E por dentro de mim, parecia que também chovia e quando isso aconteceu, o Sol se escondeu. Parecia estar ali lendo os meus pensamentos. Agora restava apenas uma leve garoa, e o Sol, brincando de se esconder. Engraçado, é desta mesma maneira que eu fico com você! Nesse mesmo jogo de esconder, até quando? Está findando-se da mesma maneira que agora a chuva findou.